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MuseuHist¢ricoNacional∏PatKilgore2020
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BOCA DE MORTE

Dados Históricos: canhão 46 nº SIGA 015490

O canhão n°46 foi encontrado enterrado próximo ao Portão da Minerva onde é hoje o pátio de entrada do Museu Histórico. Local também onde foi morto Marechal Carlos Bittencourt à facadas por um soldado que dois meses depois de ser preso foi encontrado enforcado em sua cela. Bittencourt, então ministro da Guerra, havia acabado de chegar ao Rio de Janeiro da Campanha de Canudos, onde foi responsável pela morte de centenas de prisioneiros de guerra, entre homens, mulheres e crianças.

 

   A Guerra de Canudos (1895-1897) foi um conflito armado entre o Exército Brasileiro e membros da comunidade liderada por Antonio Conselheiro, em Canudos, no interior da Bahia.
Em 1890, a região vivia uma crise em razão do clima árido e do enorme desemprego devido ao recente fim da escravidão. Por volta de 1895, cerca de 20 mil pessoas se assentam em uma fazenda abandonada e passam a subsistir, criando uma espécie de comuna. Antonio Conselheiro se torna uma figura central que protagoniza a formação da legião de seguidores como uma espécie de líder religioso.

 

  Os grandes fazendeiros da região, incomodados, uniram-se à Igreja Católica, iniciando um grupo de pressão junto à recente República, criando rumores que justificassem um ataque ao grupo. Grupo esse composto de índios Karimbé e Kariri, mas majoritariamente de negros ex-escravizados que há muito peregrinavam pelos sertões em busca de trabalho e melhores condições de vida. Três expedições militares foram derrotadas pela comunidade para que ao fim, todo o arraial fosse destruído, as casas incendiadas e os sobreviventes degolados. Estima-se que foram mortos quase 20 mil sertanejos e 5 mil militares. 

  A resistência ocorrida em Canudos aconteceu pela união daqueles que foram marginalizados. Os descendentes dos povos da diáspora africana, continuam tendo que lutar para sobreviver com dignidade até hoje.. 

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  No Brasil em 2020, a taxa de violência letal contra pessoas negras foi de 162% maior que entre não negras. O racismo estrutural se conserva pela crescente atuação de governos autoritários que estimulam a desigualdade e a violência.

Fragrância: Boca de Morte PBX00014JB

  Existe um cheiro da morte?

  A resposta da Ciência é uma surpresa pois afirma que logo depois de morrer o corpo emite um odor fresco, o hexanol, parecido com grama recém-cortada. Com o passar dos dias, a decomposição provoca outros odores inesperados que podem parecer como esmalte de unha.

   Esta pesquisa desenvolvida pela Universidade de Huddersfield, na Inglaterra, levanta a possibilidade teórica de cada corpo, depois da morte, desenvolver um cheiro característico, uma combinação única de substâncias químicas liberadas como uma espécie de impressão digital. 

 

  O processo de desenvolvimento desse cheiro iniciou-se por trazer o odor da decomposição de um corpo. Como não tivemos acesso a Cadaverina e a Putrecina, elementos responsáveis pelo odor nauseabundo dos cadáveres, usamos acordes do Castóreo - uma nota da perfumaria dos almiscares e âmbares com características fortes e pungentes, lembrando o couro. Um cheiro animálico e carnal. Para trazer um aspecto úmido, cinzento e frio da morte pensei nas flores brancas usadas em velórios.

Curiosidade: Era comum enterrar os canhões no solo das fortificações a fim de resguardá-los, ou seja, escondê-los para alguma situação de urgência. Esse foi encontrado em demolições feitas no Museu em 1922 para o centenário de independência do Brasil.

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